Friday, December 30, 2005

Cherry Blossom


Com a chegada da primavera, os ânimos melhoram e não foi diferente para a nossa família. A primavera na região de Washington, DC é um acontecimento. Um dos eventos importantes é o festival do Cherry Blossom (desabrochar das cerejeiras). Em 1912, o prefeito de Tokio, Yukio Ozaki, presenteou a cidade de Washington com três mil cerejeiras para comemorar o bom relacionamento entre os dois povos. Resta lembrar que décadas mais tarde o Japão quase destruiu Pearl Harbor e os Estados Unidos jogaram duas bombas atômicas no Japão (o status atual é de amizade, como todos sabemos). Em 27 de março de 1912, a primeira dama Helen Taft junto com Viscountess Chinda, a esposa do embaixador japonês, plantaram as duas primeiras árvores em West Potomac Park (próximo de onde eu morava). Estas árvores e outras cerejeiras são protegidas por lei e todo ano, na primavera, desabrocham em flores. O espetáculo atrai muitos locais e turistas. Acredito que este foi o momento em que minha esposa passou a gostar de morar aqui.



Sofia




Minha mulher e eu temos uma filhinha de 13 meses, a Sofia, que é um amor de bebê e é também a neta distante dos quatro avós saudosos. Eu me mudei para os Estados Unidos quando ela tinha pouco mais de 10 dias de nascida. Ela poderia ter nascido aqui e assim ter dupla cidadania, já que o visto de trabalho saiu bem antes do nascimento. A escolha por nascer no Brasil foi devido a vários fatores. Um deles é que nenhum plano de saúde daqui (e do Brasil também) cobre parto de mãe já grávida durante a adesão. O nosso plano de saúde no Brasil já estava cuidando da gravidez muito bem e Sofia teimava em permanecer sentada, situação em que o parto Cesariano é o mais indicado. O custo de uma C-Section, como este tipo de parto é chamado por aqui, custa cerca de US$ 9.000 se tudo correr bem.

Embora a parte financeira tenha tido um papel importante, a escolha do nascimento no Brasil foi principalmente pela proximidade com a família. Nós éramos (e ainda somos) marinheiros de primeira viagem no assunto de paternidade. Estar perto da família foi fundamental. Nestes 10 dias em que eu passei com a Sofia antes da mudança, também tive de cuidar da retirada do seu passaporte, compra da passagem para dois meses e meio depois (época que o médico considerou prudente) e pedido de visto. Dois meses e meio depois e após montar apartamento, preparar plano de saúde, comprar carro e outras providências fui buscá-las. Na época morávamos em Rockville, Maryland, na região da grande Washington, DC. Elas chegaram um dia depois de uma grande nevasca. Nem é preciso dizer qual o estado de espírito da minha mulher: longe dos país, em um país novo, diante de uma língua nova que ela não tinha muito domínio, recém mãe e ainda recuperando da cirurgia e com a filhinha pequena. Depois eu conto mais.


As boas vidas de Maryland para minha esposa e Sofia