Saturday, October 20, 2007

A Pizza de Chocolate

O Cara de Milho me desafiou a escrever um conto que incluísse: Pizza de Chocolate, Van Gogh e Bozo. Isto foi o que deu para fazer ...

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É difícil de acreditar que eu estou aqui maquiado como o palhaço Bozo, com o auto-retrato de Van Gogh estampado em uma camisa de algodão e segurando uma pizza média de chocolate no dia mais frio do ano. Falando assim a situação parece mais estranha do que é. Em tempo vocês vão perceber que há sentido em tudo isto. Para entender a mensagem tanto o emitente quanto o destinatário precisam compreender os símbolos nela contidos.


Tudo começou com a operação Áurea da Polícia Federal na qual cinqüenta e seis pessoas foram presas, três indiciadas e um processo enviado ao Supremo Tribunal Federal. Ultimamente a PF vem utilizando nomes engraçadinhos para as operações de grande porte que incluem outros órgãos como Receita Federal e neste caso o Instituto Nacional de Seguridade Social. O que talvez pouca gente saiba é que muitas destas grandes operações são parcialmente financiadas por dinheiro estrangeiro. Parte do que vou escrever aqui não pode ser verificado nem confirmado. Eu mesmo não sei se é verdade e sugiro ao leitor que entenda as informações a seguir como boato, tal qual eu vejo. Eu ouvi este mesmo relato de um amigo que é delegado da Polícia Federal, embora o relato seja bem detalhado, pode ser somente fruto de mais uma destas mentes que vêm conspirações em tudo, mais um daqueles que acredita que as medicações anti-paranóia estejam conspirando contra ele.


Depois da guerra-fria, a CIA sofreu uma séria crise de identidade. O investimento pesado em sistemas sofisticados de vigilância e em armamentos futurísticos aliados ao desmoronamento da União Soviética levou os Estados Unidos a acreditarem que estavam protegidos de tudo. Em 2001 a realidade veio servir de contra-prova e o rei viu-se nu. A CIA estava impregnada de analistas, funcionários normalmente com doutorado em ciências políticas ou algo do gênero, que passam o dia estudando uma cultura, país ou tendência, enquanto o número de agentes de campo estava no menor nível desde a criação da agência. Exceto na psique de Hollywood, a realidade é que não há mais muitos agentes de campo bem treinados que conseguem falar várias línguas e captarem agentes estrangeiros, termo que significa aliciar cidadãos estrangeiros. Nos consulados americanos, a maioria dos attachés diplomáticos é agente de campo da CIA de acordo com meu amigo. Está na folha de pagamento da CIA, como agentes estrangeiros, um grande número de Policiais Federais incluindo este dito amigo. "Este é a verdadeira Tropa de Elite", diz ele, "somente policiais honestos e para ser agente precisa passar pelo temido polígrafo, perguntam até se você é veado". Os agentes recebem um extra de até dois mil dólares mensais, pagos em dinheiro dentro da própria PF para em troca participar de operações que ajudem aos interesses Americano.


De volta à operação Áurea, as pessoas presas estavam em conexão com várias fazendas que se utilizavam de mão-de-obra escrava. A escravidão moderna funciona assim: o trabalhador desempregado aceita um emprego que paga o salário mínimo, junto com o emprego há a opção de moradia e a possibilidade de se comprar a prazo no comércio montado na própria fazenda e de propriedade do próprio fazendeiro. Não há etiquetas de preços em nada e ele também deve pagar pela moradia. Todo mês o empregado gasta mais do que recebe e o fazendeiro não está realmente preocupado em vender mantimentos e receber aluguel, apenas em ter o empregado amarrado a ele. A única diferença para a escravatura clássica é que os escravos pretos não ficavam devendo ao senhor de engenho pela moradia e comida. Maioria das fazendas de escravos, ainda como no passado, pertencia aos senhores de engenho que apenas incluíram ao portifólio o álcool, além do tradicional açúcar.


Uma das exceções era uma fazenda de cacau que pertencia ao presidente do Senado Nacional. Por determinação da constituição, a mesma que afirma que todos são iguais perante a lei, a PF não pode nem mesmo indiciar um senador sem autorização do STF. Durante algumas semanas os jornais e revistas noticiaram detalhadamente o envolvimento do senador, o relato de várias testemunhas com apresentação de provas que pareciam bastante realistas. Nenhuma comoção se formou até que a televisão passou a explorar o assunto e assim da noite para o dia um sentido de indignação era perceptível. O STF não se movimentou e vários meses depois uma representação por decoro parlamentar apresentada pela oposição foi finalmente levada a plenário e votada em sessão secreta. O Senador conseguiu absolvição por placar apertado, mas conseguiu. Continua insistindo que nada sabia sobre como o administrador da fazenda estava agindo de forma ilegal. Algumas semanas depois, uma revista de extrema direita de grande circulação lançou reportagem com novas denúncias. O mesmo senador havia usado um quadro falso de Van Gogh como garantia da dívida de INSS no passado. A dívida não foi paga e na execução da garantia verificou-se que o quadro não valia nada. O que seria estelionato para o cidadão comum, também está coberto pela manta da impunidade, digo imunidade parlamentar. Os outros fazendeiros de álcool, que não tinham a mesma imunidade, ficaram muito felizes em vender por muito bom preço suas fazendas para o fundo de pensão da Exxon antes que elas fossem hipotecadas para pagar as dívidas de INSS. Nenhum funcionário escravo recebeu o que lhe era devido até agora. É terrível imaginar que a CIA acabou se tornando um braço do departamento de comércio americano.


Hoje é o dia da votação também secreta da segunda representação ao conselho de ética do Senado. E aqui estou, entre a multidão, maquiado de Bozo pelo fato de ser tratado como palhaço, com a camiseta estampada com um quadro de Van Gogh e prevendo uma pizza de chocolate feita a partir do melhor cacau nacional.

Saturday, September 29, 2007

Senador Suplicy recitando MC em Inglês



Este fantasiado de Sargent Peppers é o Senador Eduardo Suplicy durante uma palestra no Woodrow Wilson International Center for Scholars em Washigton, DC, por coincidência próximo ao famigerado Hotel Watergate que derrubou Nixon.

Esta palestra aconteceu em fevereiro de 2005. Na época eu ainda morava em Rockville, MD na zona urbana de Washington. Eu já havia citado esta palestra em um outro post sobre erudição de ornato, termo que só vi na obra de Viana Moog (veja o post para mais detalhes). Estou voltando ao assunto porque o vídeo com o senador citando os Racionais MC no original (em português) estava entre os cotados para o VMB Brasil (infelizmente não levou).

O senador tem um excelente inglês sendo tão prolífico quanto o é em português. E tem a mesma tendência de não respeitar os limites de tempos estabelecidos para as palestras. Abaixo eu desenterro a curiosidade de trecho do seu discurso em que cita a tradução de uma letra dos Racionais.


Links:

Monday, July 09, 2007

Sofia e o quebra-cabeça



Sofia, minha filha, acredita estar resolvendo o quebra-cabeça cada vez que rola os cubos. Ela diz animada "I did it!, I did it!" (algo como consegui!, consegui!) e bate palmas. Depois no finzinho quer mostrar para o mundo: "I did it! I did it! Look..." (Veja aqui eu consegui!, eu consegui!). Bem que eu disse que ela não deveria ter assistido ao "The Secret". Antes que venham me perguntar: ela fala português e inglês e em casa só falamos e esperamos que ela fale português. Mas, outside is America.

Friday, May 18, 2007

You call it good weather, I call it global warming.**

Michael Crichton estava no Debate

Na sexta passada eu estava dirigindo para o trabalho num horário um pouco fora do normal e acabei ouvindo na rádio KERA, a subsidiária da NPR (National Public Radio – Radio Pública Nacional), uma discussão sobre a validade da seguinte proposição: Aquecimento Global não é uma Crise. O debate foi dividido em dois grupos, os a favor (que não vêem o aquecimento como crise) e os contra. Este debate vinha sendo anunciado há algum tempo, mas eu nunca tinha me ligado no dia e na hora. Mas eis as coincidências da vida, lá estava eu ouvindo a Kera no momento do debate. Eu já falei em outro post sobre o tornado que quase me pegou. No mês passado ocorreram nada menos que 5 tornados na minha região. Número que não é normal nem mesmo para uma década inteira. O último tornado de vergonha que tinha ocorrido por aqui foi há quase 10 anos. A cidade de Denton, relativamente próxima, inundou completamente e era uma área considerada livre de inundação, o que significa que as seguradoras não permitiam incluir cobertura (isto mudou depois do Katrina, agora você pode incluir inundação em qualquer contrato, mas maioria dos moradores não acreditou que isto pudesse acontecer).

Aquecimento global era um tema tabu por aqui. A maioria do povo americano não estava a par da situação e o governo tentava empurrar o problema para debaixo do tapete. Os Estados Unidos é praticamente um dos únicos países desenvolvidos a não assinarem o tratado de Kioto. Documentário do Al Gore e relatório da ONU depois, o assunto entrou na pauta. Até mesmo o cabeça-oca do presidente está falando no assunto. A visita que ele fez ao Brasil gerou bons resultados e hoje muitas pessoas vêm me perguntar se realmente é verdade que o Brasil é independente em energia e como é este negócio de carro a álcool. Antes vinham me pergunta se o Brazilian Wax (depilação à brasileira) era feito por todas as mulheres do Brasil. Um bom salto na qualidade do interesse (se bem que uma mulher bem depilada .... Ahhh ... vamos focar!). A coisa realmente está séria: Katrina, tornados no Texas, o inverno passado que teve dias com 27 graus centígrados de temperatura, seguidos de nevasca e chuva de gelo. O clima está realmente mudando.

Voltando ao programa do Kera, um dos que não acreditam na crise do aquecimento (mas acredita no aquecimento) é o escritor de ficção científica Michael Crichton, autor que eu gosto muito de ler. Os outros dois: um professor do prestigiado MIT e um professor emérito da Universidade de Londres. No outro córner, dos que acreditam na crise do aquecimento, uma cientista de clima que faz parte do grupo de Cientistas Preocupados, um criador de modelos climáticos da NASA e um professor de Oceonagrafia da Universidade da Califórnia. Parece uma discussão equilibrada, não? Mas esta não foi a minha percepção. Além do fato curioso de a voz do Michael Crichton ser voz de velho, ele foi muito convincente nos seus argumentos, bem como os demais que não acreditam na tal crise. Michael Crichton acredita que o clima da Terra sempre mudou (o que é um fato) e sempre vai mudar, não importa se estejamos aqui ou não. Isto levou à extinção muitas espécies ao longo da existência da Terra e ela com certeza vai estar aqui depois da extinção da raça humana. No livro Jurassic Park ele descreve como a aparição de uma praga no oceano, as algas que liberavam um gás altamente combustível e nocivo, o oxigênio, destruiu muitas formas de vida e permitiu a criação de outras, incluindo a humana. Afinal a floresta Amazônica não está com nada, quem gera o oxigênio necessário ainda são as algas marinhas. Do outro lado, dos que enxergam a crise, os argumentos mais pareciam com aqueles do pessoal do PSTU, usavam muito mais a ideologia do que a ciência, uma verdadeira decepção. Eu acredito que o aquecimento global é realmente uma crise, mas com certeza os argumentos contrários são fortes: o aquecimento está muito mais para os pólos, no equador a temperatura está estável e um pouco mais de calor nas latitudes mais afastadas não faria muito mal aos seres humanos (não seria muito bom para os animais). Para quem quer saber mais sobre o assunto, use o link abaixo. O inglês tem de estar afiado se quiser ouvir o programa (disponível para download).

http://www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=9082151

** Você chama isso de clima bom, eu chamo de aquecimento global

Thursday, May 17, 2007

A Revolta dos Clones

Um amigo meu de infância e parceiro de farra na pré-adolescência, que conheceu o mundo inteiro, de leste ao distante leste, na terra do sol nascente, fez o seu primeiro curta de stop motion com os amigos da faculdade e foi selecionado para o Festival Prêmio Universitário de Curitiba - IV PUTZ. Para quem mora em Curitiba, a mostra será no dia 18 de maio, às 18 horas. O vídeo está aqui embaixo e o making of está logo mais abaixo. O nome dele é Michael Catunda e é muito discreto por isso não quis aparecer no making of. Fosse eu, estaria em primeiro plano. Cada pessoa com o seu estilo.






Sunday, April 22, 2007

I was once young and beautiful, now I am only beautiful

Vendo o filme The Holiday com a Kate Winslet, Cameron Diaz, Jack Black e Jude Law (um filme bem interessante por sinal, mesmo sendo um chick movie), deparei com o trailer abaixo. Eu adoro a música Across the Universe dos Beatles e o título homônimo já me ganhou. Não tem ninguém famoso no elenco e parece ser bem alternativo. Eu não vivi aquela época (anos 60), sou de uma geração depois, mas de qualquer maneira, sinto como se pertence àquele momento da história. O filme promete mostrar este processo de passagem dos anos 60 para a realidade crua dos 70. O fim da inocência, o É Proibido Proibir (pichado nos muros de Paris), o fim dos Beatles, o Vietnam. Sem mais palavras a acrescentar, o filme vai ser lançado por aqui ainda este ano. Se você se identificar com o trailer, vai se identificar com o título.



Saturday, April 14, 2007

A Tempestade e o Tornado

Tornado
“Uma coluna de ar violentamente em rotação, em contato com o solo, projetada de cima ou de baixo de uma nuvem cumuliforme e frequentemente (mas não sempre) visível como uma nuvem afunilada” - American Meteorological Society glossary of terms.


Uma das coisas que eu passei a observar quando me mudei para os Estados Unidos foi a previsão do tempo. O meu primeiro destino foi Rockville, MD, uma cidade satélite de Washington, DC, onde o inverno é rigoroso e as demais estações agradáveis. Eu inclusive já falei sobre o assunto em outros dois posts: um sobre Sofia, outro sobre o desabrochar das cerejeiras.

Quando eu mudei para o Texas, continuei o meu hábito de observar a previsão antes de sair de casa a ponto de ter um plugin instalado no meu navegador de Internet. Este utilitário mostra uma exclamação vermelha quando há algum alerta. Saí de casa com a tal exclamação, a mensagem que parece com texto de telex (é, sou dos velhos tempos), informava o risco de tornado em vários condados da região. Mas tanto Las Colinas onde eu trabalho e Plano, onde moro, não estavam no tal alerta. Minha mulher me ligou perto das duas da tarde no momento em que eu estava discutindo o meu bônus com meu gerente e por isso não atendi. Depois vi no recado que ela pedia para eu ir logo para casa por causa do perigo de tornado. Verifiquei a previsão do tempo novamente e vi que havia sim um alerta, mas não para nossa região. De qualquer maneira um alerta de tempestade de trovões estava prevista para Plano e Frisco para às 6h50min. Um alerta tem esta forma maluca:


National Weather Service Zone - TXZ104

FWDNPWFWD
WWUS74 KFWD 142255
NPWFWD

URGENT - WEATHER MESSAGE
NATIONAL WEATHER SERVICE FORT WORTH TX
555 PM CDT FRY APR 13 2007

TORNADO ALERT

DAMAGING WINDS OF 60 MILES/HOUR EXPECTED TO MEET ADVISORY CRITERIA AFTER 6 PM ON FOLLOWING COUNTIES:

TXZ091>095-100>107-115>123-129>135-141>148-156>162-174-175-150000-
/O.EXP.KFWD.WI.Y.0006.000000T0000Z-070414T2300Z/
MONTAGUE-COOKE-GRAYSON-FANNIN-LAMAR-YOUNG-JACK-WISE-DENTON…

THUNDERSTORM ALERT

THUNDERSTORM WITH CHANCE OF BECOMING TORNADO ON SHORT NOTICE ALERT EFFECTIVE ON FOLLOWING LOCALITIES:

PLANO 6:50PM/FRICO 6:55PM/….


Tinha um alerta de tempestade, mas não de tornado. Eu não li a letrinha miúda que dizia que poderia se transformar em tornado de uma hora para outra. Liguei para minha mulher e a tranqüilizei, dizendo que ela poderia ficar no trabalho até às 5h da tarde que não haveria problema. Acabei me ocupando e só voltei para casa às 6h. Os 40Km que separam meu trabalho de minha casa levam normalmente 30min, neste horário e em um dia de sexta-feira. Volto na highway que cobra pedágio (e por isso tem menos carros) pisando no acelerador (entre 100 e 140 km/h). Senti que meu carro era puxado para a direita. Também não vi na letrinha miúda que haveria ventos de 40 km/h na minha região. Diminui a velocidade para evitar riscos e quando deu as tais 6h50 eu ainda estava a alguns quilômetros de casa. E exatamente no horário marcado começaram a cair gotas de chuva. Na esquina de casa, a chuva já caia como uma parede de água e os raios e trovões davam o tom tenebroso. Parei para abastecer no mesmo momento que a minha esposa ligou.



Cheguei em casa e a mulher já estava apavorada. Eu estava tranquilíssimo. Dormimos enquanto chovia, mas nada de vento forte ou mesmo muitos trovões. Um casal amigo nos liga de manhã e perguntam onde estávamos durante o tornado. Que tornado? O que aconteceu é que o tornado atingiu o norte de Dallas e este casal resolveu ir para o Walmart exatamente na hora do alerta. No momento que entraram no supermercado viram as nuvens se afunilarem e irem para o solo. A primeira reação que tiveram foi saírem correndo para o estacionamento, bem perto do centro do tornado. Por sorte, o segurança os impediu de fazer esta bobagem (estavam ainda com os dois filhos pequenos) e os mandou para o fundo da loja. No final ninguém ficou ferido. Outro casal de amigos que moram no Norte de Dallas disse que o tornado chegou próximo à casa deles. Enquanto isto, nossa família dormia tranqüila sob o barulho da chuva.

Thursday, March 29, 2007

Santoro "morre" em Lost

O capítulo desta quarta-feira foi todo sobre o Paulo (Rodrigo Santoro) e a Nikki. E começa de trás para frente. E no início eles são encontrados mortos. No desenrolar da estória conta-se a vida dos dois, com direito a flash-back e tudo. O título já é meio spoiler, mas vou tentar não estragar muito. O fim foi inconclusivo e acredito que o Santoro continue. E agora ele vai ganhar mais dimensão. Vejam abaixo os primeiros minutos editados do episódio com as legendas que eu coloquei.

Sunday, March 25, 2007

Saturday, March 10, 2007

Engrossando o pescoço

O Santoro nem aparece nos créditos dos filmes entre os primeiros. No site do Yahoo! Vídeos ele nem aparece a não ser que você peça para ver todo o elenco (clique aqui). Quando iniciaram-se as gravações do filme ele era um ilustre desconhecido. Quando o filme foi lançado, porém, ele já fazia parte do elenco do Lost (e foi lançado como nova sensação da temporada), embora ainda não tenha tido muitas falas. Acontece que no lançamento do filme, em uma reportagem da CNN, apenas três pessoas aparecem: o ator principal, Gerard Butler (que faz Leônidas), o diretor Zack Snyder e adivinhe quem mais: Rodrigo Santoro. Veja a íntegra abaixo com várias cenas que não estão no trailer:


Lost – Mensagem subliminar

O capítulo 8 da terceira temporada do Lost trouxe uma cena esquisita em que o Sawyer fica meio que hipnotizado vendo um vídeo de lavagem cerebral. O pessoal da SciFi2U colocou ao contrário e assim dá para ver a mensagem subliminar que em português significa “Apenas os tolos são escravizados pelo tempo e espaço”. No original é: “Only fools are enslaved by time and space”.

Veja cena como foi ao ar aqui:



Veja cena ao contrário aqui (cuidado, crianças pequenas se assustam):

Gisele ensina português para Conan O'Brien

Assistindo a um dos meus programas de entrevistas favoritos, do genial e engraçadíssimo Conan O’Brien que passou na quinta-feira passada (na verdade era uma reprise de 2006), vi uma entrevista muito legal com a Gisele Bündchen, que é muito fluente em inglês, embora com um charmoso sotaque brasileiro. Eu coloquei para vocês o trecho em que ela ensina português para o Conan. Ele escolheu uma frase de duplo sentido, que complica qualquer tradução, mas a Gisele até que conseguiu um bom equivalente. Eu sinceramente não sei se conseguiria uma frase melhor, assim na bucha. A pergunta: I must have you. A tradução que ela escolheu vocês vão ver no vídeo. É muito engraçado ver o esforço do Conan para falar a palavra “ter”. A Gisele é uma simpatia em qualquer língua.


300 - Rodrigo Santoro como Ney Matogrosso





Hoje assisti ao filme 300, baseado na graphic novel de Frank Miller, o mesmo de Sin City e Batman (a graphic novel). O Santoro estava no elenco como o poderoso rei persa Xerxes (pronunciado em inglês Zérzes), fantasiado como Ney Matogrosso e com a voz grossa do Cauby Peixoto. Não quero estragar nada do filme, vou só citar alguns fatos históricos, da batalha de Termópilas (portões de fogo em português) que aconteceu em 480 AC, citados por Heródoto, o pai da História.

Os Espartanos eram conhecidos como os grandes guerreiros. Eram preparados desde criança para serem soldados. As mulheres também tinham uma forte preparação física para gerar filhos saudáveis e eram consideradas as mais lindas de toda a Antigüidade. A perfeição física era tão importante, que crianças defeituosas eram mortas logo após o nascimento. As mulheres eram tão valentes que se juntavam em grupos para encher de porrada os solteiros (procriação era uma das prioridades dos espartanos). Também é famosa a frase que diziam para os filhos e maridos que iam para a guerra e que é repetida no filme: “volte com seu escudo ou sobre ele”, isto é, ou volte vitorioso ou morto, nem pense em se render.

O Grande Império Persa era separado da Grécia pelo mar Egeu. Xerxes, o rei persa, lançou uma ofensiva e logo tomou algumas cidades gregas. Ele mandou mensageiros para várias cidades pedindo rendição, na verdade usando de uma metáfora, “queremos apenas um pouco de água e terra para mostrar a submissão”. Muitas cidades se renderam de cara. Atenas e Esparta mataram os mensageiros. Os espartanos os jogaram num poço dizendo: vão pegar a terra e água vocês mesmos. Atenas e Esparta fizeram uma aliança e mandaram 7.000 homens sob o comando do rei espartano Leônidas que tinha um exército pessoal de 300 homens. O número de homens no exército de Xerxes estava na casa das centenas de milhares (de acordo com Heródoto, um cara meio exagerado). Xerxes mandou um grupo de reconhecimento dizendo para eles entregarem as armas e serem poupados, que o exército persa era tão numeroso que as flechas cobririam o sol. Um engraçadinho espartano foi longo dizendo: ótimo, lutaremos à sombra. A resposta de Leônidas foi: se querem as armas que venham buscar. O Xerxes foi (na verdade mandou buscar, como todo bom senhor da guerra).

A estratégia de Leônidas foi genial. Manteve o exército no desfiladeiro estreito de Termópilas, que não permitia a passagem de muitos soldados por vez, o que aniquilava a vantagem persa, que também não tinha um exército tão preparado e disciplinado como o grego. O exército persa era formado por escravos e mercenários de várias nacionalidades, mal comandados, mal treinados e ainda por cima com uma vestimenta pesada que atrapalhava a mobilidade. Durante quatro dias, o exército persa foi praticamente extinto. Um traidor grego falou para Xerxes de uma passagem que permitia cercar os gregos. Leônidas soube da traição e mandou o exército de volta, enquanto ele e os 300 do exército pessoal lutaram até a morte. Xerxes ficou impressionado com a garra de Leônidas, mas mesmo assim decapitou-o (depois de morto) e crucificou seu corpo sem cabeça para dar uma lição aos gregos. Esta lição gerou mais ódio e pouco depois o exército grego expulsou os persas de vez de tal maneira que eles nunca mais se meteram com eles. No filme o exército iniciou com os 300 (daí o nome) e depois é que recebeu reforço.

De qualquer maneira o filme é muito interessante, os cenários são surrealistas, bem fieis aos quadrinhos. O Santoro faz muito bem o rei persa, tem um papel importante e várias falas, mas parece o Ney Matogrosso. Aconselho a todos meus amigos Nerds e não Nerds.

Página original do quadrinho de Frank Miller de onde saiu a roupa de Ney Matogrosso do Xerxes:

Thursday, February 08, 2007

20 anos de Windows



Windows 1.0

A edição de 25 de fevereiro de 1986 da PC Magazine traz a análise de um software que acabava de ser lançado pela Microsoft. O tal Microsoft Windows. O ponto a favor era: “Você pode iniciar uma aplicação sem saber como é que ela se escreve” (quem trabalhou com o DOS sabe o que é isso). O ponto contra é: “Você precisa de uma máquina de última geração. Isto significa um PC de 8-MHz.” (o PC aqui não é um Pentium, nem mesmo um PC AT). Os requerimentos de hardware: 256KB de RAM (1MB que não guarda nem uma música MP3 inteira é quatro vezes isto) sendo recomendado 640KB; 2 discos flexíveis de 5 ¼” (360KB de capacidade) sendo um HD recomendado. Requer o DOS 2.0 como software e custava a bagatela de US$ 99. A Microsoft apostava tanto nisto que até o Steve Balmer, hoje o CEO da Microsoft, fez um infocomercial (que até hoje o assombra), que você pode ver aqui embaixo.





Este sujeito é o CEO da Microsoft hoje




Windows Vista

Após anos sem lançar versão nova, finalmente chega ao consumidor final o Windows Vista. O upgrade para Windows Vista mais básico custa os mesmos US$ 99 e o upgrade para a versão mais séria custa US$ 299. Os requerimentos de hardware também mudaram bastante (você pode checar aqui). E os comerciais também, quanta diferença: